terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Parnasianismo

Introdução 

Parnasse (em português, Parnaso e daí Parnasianismo) origina-se de Parnassus (região montanhosa da Grécia). Segundo a lenda, aí morava os poetas. 
O Parnasianismo é uma estética literária de caráter exclusivamente poético. A poesia parnasiana volta-se para um mundo onde há o ideal da perfeição estética e a sublimação da “arte pela arte”. 

Origem 

Os franceses, primeiros parnasianos, buscaram o ideal da perfeição clássica na Grécia antiga. A revista Parnasse Contemporain foi publicada numa época em que a revolução industrial e o crescimento urbano haviam superado as revoluções liberais da fase romântica. 
A França teve quatro grandes poetas parnasianos: 
Théofile Gautier, o “poeta de cores e contornos”, preocupa-se em praticar a arte pela arte; 
Théodore de Banville, em seu Tratado de Poesia Francesa, apresenta alguns ritmos da poesia francesa; 
Charles Baudelaire, escreve Flores do Mal (1857), onde repudia tudo que seja vulgar; 
Leconte de Lisle, para quem a poesia foi uma espécie de religião; fez poesia erudita, épica e filosófica. 

Características 

Retorno a tradição clássica; 
Poemas descritivos; 
Reação contra o ultra-romantismo muito em voga em meados do século XIX; abandono do sentimentalismo romântico; preferência por temas universais; 
Tom comedido na descrição de sentimentos pessoais; 
Temas objetivos baseados na natureza e na história; ânsia por tudo aquilo que é exterior e particularizado: vasos gregos, orgias gregas, bacanais latinos, velhos alfarrábios, cenas de batalhas, etc. 
Os parnasianos revelam em seus poemas o gosto pelo exótico, pela raridade; observa-se o uso de rimas ricas e raras, métrica rigorosa e preferência pelas formas fixas; a poesia é como um trabalho de ourives. O Parnasianismo tem como principal objetivo a elaboração de textos bem burilados que levem à beleza absoluta, à perfeição formal. A arte pela arte, isto é, a poesia volta-se para o belo; há acentuado desprezo por temas vulgares. 


O PARNASIANISMO NO BRASIL 

Grandes acontecimentos históricos marcam a geração do parnasianos brasileiros. A abolição da escravatura (1888) coincide com a estréia literária de Olavo Bilac. No ano seguinte, houve a queda do regime imperial com a Proclamação da República. A transição do século XIX para o século XX representou para o Brasil: um período de consolidação das novas instituições republicanas; fim do regime militar e desenvolvimento dos governos civis; restauração das finanças; impulso ao progresso material. 
Depois das agitações do início da República, o Brasil atravessou um período de paz política e de prosperidade econômica. 
Um ano após a Proclamação da República, instalou-se a primeira Constituição e, em fins de 1891, Marechal Deodoro dissolve o Congresso e renuncia ao poder, sendo substituído pelo “Marechal de Ferro”, Floriano Peixoto. 









Precursores 

Floresceu o Parnasianismo no Brasil entre 1870 e 1880, sob a influência da poesia francesa e sob a influência da Questão Coimbrã. 
Foram precursores do Parnasianismo brasileiro: 
Luís Guimarães Júnior: Sonetos e Rimas (1880); 
Afonso Celso: Telas Sonantes (1876); 
Sílvio Romero: Cantos do Fim do Século (1878); 
Martins Júnior: Estilhaços (1879), Visões de Hoje (1881); 
Machado de Assis: Ocidentais (1880); 
Teófilo Dias: Fanfarras (1882).














Por Amanda Tarnowski

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